Djavan: Ascensão Musical
Djavan, nascido em Maceió, Alagoas, migrou para o Rio de Janeiro em 1972 em busca de oportunidades no mundo da música. Inicialmente conhecido apenas nos círculos cariocas, especialmente na boate 706 onde trabalhava como crooner no grupo do pianista Osmar Milito, Djavan começou a se destacar no mercado fonográfico em 1973. Sua primeira gravação foi o samba “Qual é?”, de Marcos Valle e Paulo Sérgio Valle, para a trilha sonora da novela “Os ossos do barão”.
Lançamentos Iniciais
Antes de atingir o estrelato nacional em 1975, com a apresentação da canção “Fato consumado” no Festival Abertura e a gravação de “Alegre menina” para a novela “Gabriela”, Djavan já havia contribuído com várias músicas para trilhas sonoras de novelas, que, no entanto, não tiveram grande repercussão.
Coletânea Origem
Lançada digitalmente em 4 de dezembro pela gravadora Som Livre, a coletânea “Origem” reúne 12 gravações de Djavan do período entre 1973 e 1977. Estas gravações, em sua maioria feitas antes do artista alcançar o sucesso, são de grande interesse para colecionadores e fãs. Algumas são raras, enquanto outras já foram relançadas na era do CD ou estão disponíveis em plataformas de streaming.
Gravações Raras
A coletânea inclui gravações raras como “Presunçosa”, samba composto por Antonio Carlos & Jocafi para a novela “Supermanoela”, e um medley de sambas de Luiz Ayrão, “A escola” e “No silêncio da madrugada”. Estas músicas foram originalmente lançadas em compilações da gravadora Som Livre na década de 1970.
Omissões Notáveis
A seleção de “Origem” omite uma gravação valiosa: “A fabulosa estória de Roque Santeiro”, tema da abertura da primeira versão censurada da novela “Roque Santeiro”. Composta por Guto Graça Melo e Nelson Motta, essa gravação nunca foi lançada oficialmente, o que representa uma lacuna significativa, a menos que tenha sido perdida pela gravadora.
Valorização Documental
Apesar de algumas omissões, a coletânea “Origem” é importante do ponto de vista documental. Ela oferece registros que antes só podiam ser encontrados na internet com qualidade duvidosa, como a marcha-rancho “Olá” (Catulo de Paula) e “Anastácio”, regravado por Djavan para o álbum “Super paradão nacional”.
Primeiras Composições
A coletânea também destaca as primeiras composições autorais de Djavan, como “Rei do mar”, sua primeira música gravada, e “Um dia”, lançada como lado B do single “Fato consumado”. Além disso, inclui “É hora” e “Romeiros”, ambas de 1977, quando Djavan já havia lançado seu primeiro álbum solo.
Legado Duradouro
Djavan continuou a construir uma das carreiras mais bem-sucedidas da música brasileira. A coletânea “Origem” não só celebra o início de sua jornada, mas também oferece um olhar valioso sobre as raízes de um artista que se tornou uma referência na música popular brasileira. Mesmo com a ausência de algumas gravações, “Origem” é um tesouro para os admiradores da história musical do Brasil.