Aumento no Preço do Café no Brasil Ameaça Economia e Consumidores

Alta no Preço do Café no Brasil

Preço do Café Sobe

O preço do café moído no Brasil registrou um aumento significativo de cerca de 33% no acumulado dos 12 meses até novembro, de acordo com o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). As principais causas apontadas para esse aumento são a seca e as altas temperaturas que afetaram as lavouras de café. Nos supermercados, o pacote de 1 kg de café está sendo vendido, em média, por R$ 48,57, um aumento considerável em relação aos R$ 35,09 registrados em janeiro, conforme dados da Associação Brasileira da Indústria de Café (Abic).

Impacto Climático

As condições climáticas adversas, especialmente a seca e as altas temperaturas, têm impactado severamente as regiões produtoras de café, como Minas Gerais e São Paulo. O estresse hídrico levou as plantas a abortarem seus frutos para economizar energia, comprometendo a produção. Apesar de algumas lavouras serem irrigadas, o impacto foi generalizado. A técnica de ‘esqueletar’ as plantas, que envolve podas drásticas, tem sido utilizada para tentar salvar as safras futuras.

Incertezas Futuras

A produção de café no Brasil segue um sistema de bienalidade, onde há alternância entre um ano de alta produção e outro de baixa. No entanto, essa regra tem sido quebrada nos últimos quatro anos devido aos fenômenos climáticos adversos. As geadas e as ondas de calor se somam à lista de desafios enfrentados pelos produtores. Essa incerteza tem contribuído para a disparada dos preços, que já alcançaram níveis históricos.

Consumo em Alta

Apesar do aumento dos preços, o consumo de café continua a crescer, tanto no Brasil quanto no exterior. O café é a segunda bebida mais consumida no Brasil, perdendo apenas para a água. Entre janeiro e outubro de 2024, o consumo cresceu 0,78%, de acordo com a Abic. O mercado internacional também está se expandindo, com países como a China aumentando suas importações de café brasileiro.

Desafios Logísticos

Os conflitos no Oriente Médio têm dificultado a exportação de café, aumentando os custos logísticos. O canal de Suez, rota crucial para o transporte de café da Ásia para a Europa, sofreu interrupções, obrigando os exportadores a buscar rotas alternativas mais longas e caras. Além disso, a infraestrutura portuária do Brasil tem se mostrado insuficiente para atender à demanda crescente, contribuindo para o aumento dos custos de exportação.

Perspectivas para 2026

Especialistas do setor acreditam que os preços do café devem permanecer elevados até 2026. A expectativa é que as plantações se recuperem, mas isso dependerá das condições climáticas de 2025. O café conilon, que é mais resistente ao calor, pode ter uma produção mais estável, mas o arábica, mais sensível, ainda enfrenta incertezas. As condições climáticas no início de 2025 serão cruciais para determinar o comportamento da próxima safra.

Substituição do Vietnã

O Vietnã, maior produtor mundial de café robusta, também enfrentou dificuldades climáticas, o que impactou os preços globais. O café robusta superou o arábica em preço pela primeira vez em sete anos. Essa situação abriu oportunidades para o Brasil expandir suas exportações, mesmo que a produção doméstica de robusta seja limitada.

Conclusão

O mercado de café no Brasil enfrenta um cenário desafiador, marcado por condições climáticas adversas, aumento dos custos de produção e logística, e uma demanda crescente tanto no mercado interno quanto externo. Embora a recuperação seja esperada, ela dependerá fortemente das condições climáticas futuras e da capacidade de adaptação dos produtores às novas realidades do mercado global.

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