Origem do 13º Salário
O 13° salário, conhecido também como “gratificação de Natal”, foi instituído no Brasil em 13 de julho de 1962, durante o governo de João Goulart, através da lei nº 4.090. A criação deste benefício foi uma resposta às pressões exercidas por trabalhadores em um período de alta inflação, que corroía o poder de compra da população. Na época, a medida foi alvo de críticas por parte de empresários e especialistas econômicos, que temiam impactos negativos na economia.
Porém, o cenário alarmista não se concretizou, e o 13° salário passou a representar uma injeção significativa de dinheiro na economia brasileira. Para 2024, estima-se que este pagamento possa movimentar mais de R$ 320 bilhões, beneficiando milhões de trabalhadores em todo o país.
Importância do 13º como Direito
O entendimento de que o 13° salário é um direito trabalhista e não apenas um bônus é crucial para a conscientização financeira dos trabalhadores. Segundo Mila Gaudêncio, educadora financeira do will bank, perceber o 13° como fruto do trabalho e não como um dinheiro inesperado pode ajudar na gestão mais consciente e responsável desse recurso.
A justificativa para o 13° salário é simples: um ano possui 52 semanas, e ao dividi-las por quatro (a média de semanas por mês), chega-se ao equivalente a 13 meses. Assim, o 13° compensa as semanas adicionais que não são cobertas pelos 12 salários mensais.
Planejamento do 13º Salário
Mila Gaudêncio orienta que a decisão sobre como usar o 13° salário deve ser baseada em uma análise individual da situação financeira de cada um. No entanto, algumas orientações podem ser úteis para tomar decisões acertadas.
Quitar Dívidas
Segundo dados da Confederação Nacional do Comércio de Bens, até setembro de 2024, 77,2% dos brasileiros se declaravam endividados. Assim, utilizar o 13° salário para quitar dívidas, especialmente as que têm um impacto significativo no orçamento mensal, pode ser uma boa estratégia.
Negociar com bancos para obter condições mais favoráveis na quitação das dívidas é uma alternativa viável, buscando descontos ou opções de amortização que aliviem o peso das parcelas no orçamento.
Planejar Despesas Futuras
Para aqueles que não possuem dívidas, é prudente planejar para as despesas do início do ano, como IPTU, IPVA e materiais escolares. Guardar parte do 13° para essas contas pode evitar apertos financeiros logo no começo do ano.
Investir em Sonhos e Presentes
Após garantir a segurança financeira, é saudável destinar uma parte do 13° para realizar sonhos e se presentear. No entanto, Mila alerta para a importância de definir limites para os gastos, especialmente durante o fim de ano, quando as promoções e festividades podem estimular o consumo excessivo.
Empreendedores e o 13º
Para empreendedores que não têm direito ao 13° salário por lei, a recomendação é começar a poupar desde o início do ano. Separar as finanças pessoais das empresariais é essencial, assim como definir um pró-labore justo para garantir um 13° salário ao final do ano.
Empreendedores iniciantes podem ter dificuldade em poupar um valor significativo, mas o importante é começar a reservar mesmo pequenas quantias para assegurar certa estabilidade financeira no início do ano seguinte.
Com planejamento e disciplina, é possível maximizar o benefício do 13° salário, seja quitando dívidas, planejando despesas futuras ou investindo em realizações pessoais.