Copa do Mundo de 2034 na Arábia Saudita gera polêmica sobre direitos humanos e falta de concorrência

Copa do Mundo de 2034 na Arábia Saudita

Decisão da FIFA

A decisão da FIFA de conceder à Arábia Saudita o direito de sediar a Copa do Mundo de 2034 está gerando preocupações significativas em relação aos direitos humanos. A expectativa é que a confirmação oficial ocorra hoje, mas já há críticas quanto ao histórico do país nessa área e à falta de concorrência no processo de licitação. A Arábia Saudita era praticamente a única candidata, consolidando um marco importante na ambiciosa iniciativa Vision 2030 do país.

Vision 2030

A conquista de sediar a Copa do Mundo é um passo crucial no plano Vision 2030 da Arábia Saudita, lançado em 2016. Este plano visa diversificar a economia saudita e aumentar sua influência global através de investimentos estratégicos em esportes e outros setores. Originalmente, a candidatura saudita era destinada à Copa de 2030, mas a aquisição do torneio de 2034 representa uma vitória significativa para o plano nacional.

Falta de Concorrência

A ausência de concorrência genuína na escolha da Arábia Saudita para sediar a Copa de 2034 gerou controvérsias. Enquanto a votação para a Copa de 2030 ratificará a candidatura conjunta de Espanha, Portugal e Marrocos, além de uma proposta sul-americana de Argentina, Uruguai e Paraguai, a Arábia Saudita foi a única a permanecer para 2034. A Austrália retirou sua candidatura devido ao curto prazo e aos custos envolvidos.

Preocupações com Direitos Humanos

A escolha da Arábia Saudita como sede gerou críticas consideráveis devido ao histórico de direitos humanos do país. Assim como ocorreu com a seleção do Catar para 2022, o foco voltou-se para as práticas da Arábia Saudita nessa área. As relações estreitas entre o presidente da FIFA, Gianni Infantino, e o príncipe herdeiro saudita, Mohammed Bin Salman, intensificaram as críticas.

Avaliação da FIFA

A candidatura saudita recebeu uma pontuação alta de 4,2 em 5 na avaliação da FIFA, com riscos de direitos humanos considerados “médios”. No entanto, muitas organizações de direitos humanos consideram essa avaliação insuficiente. Um relatório sobre direitos humanos encomendado pela FIFA a um escritório de advocacia ligado ao Reino gerou ainda mais preocupações.

Impacto no Processo de Licitação

A decisão da FIFA de combinar os processos de licitação para as Copas de 2030 e 2034 reduziu significativamente o tempo para que os potenciais candidatos apresentassem propostas. Isso efetivamente eliminou a competição significativa para o torneio de 2034. A associação de futebol da Noruega manifestou oposição à decisão, mas é provável que seja ignorada pela FIFA.

Relação da FIFA com a Arábia Saudita

A decisão de conceder a Copa de 2034 à Arábia Saudita segue um padrão semelhante à seleção do Catar, destacando a relação próxima da FIFA com países que possuem recursos financeiros significativos, apesar das preocupações com direitos humanos. Os investimentos extensivos da Arábia Saudita em esportes, tanto domesticamente quanto internacionalmente, aumentaram consideravelmente sua influência no cenário esportivo global.

Questões em Aberto

Vários detalhes importantes sobre a Copa do Mundo de 2034 permanecem incertos. Considerando que a Copa do Catar em 2022 foi realizada no inverno para mitigar o calor, a programação do torneio de 2034 ainda não foi confirmada. A proposta saudita inclui a construção de 11 novos estádios, alguns em uma cidade (NEOM) ainda não construída, destacando a escala do projeto e os potenciais desafios futuros. No entanto, uma coisa é clara: o torneio de 48 equipes será, sem dúvida, lucrativo para a FIFA.

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