Realidade no Maranhão
A falta de um banheiro dentro de casa é a realidade de quatro em cada dez moradias no Maranhão, um índice que supera a média nacional. Mais de 4 milhões de brasileiros ainda vivem sem banheiro em casa. Um exemplo é Maria José Gomes, que reside há 58 anos em Itapecuru Mirim, interior do Maranhão, e nunca teve acesso a um banheiro ou água encanada. “É pra cá que a gente faz, no mato”, descreve.
Dados Alarmantes
O levantamento do Instituto Trata Brasil destaca que a carência de estrutura é ainda mais crítica na região Nordeste, especialmente no Maranhão, onde o problema afeta 13 a cada 100 habitantes. Atualmente, 4,4 milhões de pessoas no Brasil não têm acesso a banheiros, sendo que 63% delas residem no Nordeste, conforme explica a presidente do Instituto, Luana Pretto.
Impacto na Saúde
A ausência de saneamento básico adequado afeta diretamente a saúde pública. Em 2022, das 190 mil internações no Brasil devido a doenças transmitidas pela água, 30 mil ocorreram no Maranhão, segundo a diretora executiva do Instituto de Água e Saneamento. A falta de infraestrutura adequada contribui significativamente para essas estatísticas alarmantes.
Investimentos Insuficientes
Uma das principais razões para a persistência desse problema é a falta de investimentos. No Maranhão, apenas 25 reais por habitante são investidos anualmente em saneamento básico, enquanto a média nacional é de 111 reais. O ideal seria um investimento de 230 reais por ano por habitante, segundo Luana Pretto.
Responsabilidade e Ações
O governo do Maranhão informou que já distribuiu mais de novecentos kits modulados para famílias do CadÚnico, mas a implementação de banheiros é responsabilidade dos municípios. A prefeitura de Itapecuru Mirim declarou que a responsabilidade pelo saneamento é da Companhia de Águas e Esgotos do Maranhão. As obras na região estão programadas para serem retomadas, e um termo de ajustamento de conduta está em execução para promover melhorias no saneamento.
Exemplos e Soluções
Recentemente, a Sabesp, maior empresa de saneamento do Brasil, foi privatizada em São Paulo, o que gerou debates sobre a eficácia da privatização em melhorar os serviços de saneamento. Além disso, entre as 100 cidades mais populosas do Brasil, apenas três atingiram a meta de universalização do saneamento básico, demonstrando que o desafio é amplamente nacional.
Perspectivas Futuras
O avanço no setor de saneamento no Brasil requer não apenas investimentos financeiros, mas também uma gestão eficaz e políticas públicas bem estruturadas. A colaboração entre governos federal, estadual e municipal, juntamente com o setor privado, é crucial para superar os desafios e garantir o acesso universal ao saneamento básico, essencial para a saúde e bem-estar da população.