Investigação da PF
O relatório final da Polícia Federal (PF) sobre a tentativa de golpe de Estado em 2022, agora sem sigilo, inclui uma série de diálogos entre militares indiciados. O documento, que ultrapassa 800 páginas, detalha as investigações sobre uma conspiração planejada ao redor do ex-presidente Jair Bolsonaro para impedir a posse de Luiz Inácio Lula da Silva, em janeiro de 2023.
Indiciamentos e Implicações
A PF indiciou 37 pessoas, incluindo Bolsonaro, por envolvimento na tentativa de golpe. O inquérito foi enviado pelo ministro Alexandre de Moraes ao STF, que decidirá sobre possíveis denúncias. As conversas destacam frases de indiciados, revelando a profundidade da conspiração.
Frases Golpistas Reveladas
Entre as frases destacadas no relatório estão declarações como “Lula não sobe a rampa” e menções ao golpe militar de 1964. Essas conversas, capturadas pela PF, mostram resistência de altos comandos militares e discussões sobre a falta de assinaturas necessárias para um golpe.
Operação 142 e Interpretações
O plano encontrado na sede do Partido Liberal, rotulado como “Operação 142”, reflete uma interpretação distorcida do artigo 142 da Constituição, que trata das Forças Armadas. Este plano sugere uma ruptura institucional como resposta à derrota de Bolsonaro nas eleições.
Resistência Militar
As investigações indicam que houve resistência entre os militares de alto escalão, o que impossibilitou a assinatura de documentos golpistas. Diálogos mostram aliados de Bolsonaro defendendo que a falta de apoio não deveria impedir o golpe.
Documentos Destruídos
O relatório menciona um decreto golpista assinado por Bolsonaro, supostamente destruído por altos comandantes do Exército. Em mensagens, discutem-se detalhes de reuniões e a destruição do documento, apelidado de “01” em referência ao ex-presidente.
Preparação Militar
Mensagens revelam que o almirante Almir Garnier teria apoiado o plano golpista, com alegações de que “tinham tanques no arsenal prontos”. Isso aponta para uma potencial preparação militar para sustentar o golpe.
Ordens de Prisão
O coronel Fabrício de Bastos é acusado de incitar militares a aderirem à ruptura democrática, sugerindo prisões de membros do TSE e do STF. Apesar disso, mensagens afirmam que o alto comando do Exército insistia na neutralidade política.
Comparações com 1964
Comparações constantes com o golpe de 1964 surgem nas conversas, destacando a percepção entre os indiciados de que a situação atual demandava ações similares às do passado.
Infiltração na Segurança
A revelação de que o agente da PF Wladimir Matos Soares se infiltrou na segurança de Lula para repassar informações ao grupo golpista adiciona outra camada à trama. Ele e sua equipe estavam prontos para agir, demonstrando uma violação clara de deveres funcionais.